Em defesa do SNS e dos direitos laborais

Forte resposta dos técnicos<br> de diagnóstico

Dois dias de greve e uma manifestação frente ao Ministério da Saúde foi a forma encontrada pelos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica para reivindicarem a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e direitos laborais, alvos da ofensiva do Governo.

A adesão à greve rondou os 90 por cento

LUSA

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A luta convocada pelo Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS) e acompanhada por outros sindicatos do sector registou uma adesão à paralisação a rondar os 90 por cento, quer na quinta quer na sexta-feira, dias 12 e 13, respectivamente.

No primeiro de dois dias de greve, os profissionais manifestaram-se frente ao Ministério da Saúde levando as suas exigências: a defesa dos serviços públicos de saúde, em especial o SNS, e a revisão da carreira e desbloqueamento da negociação, imposta pelo Executivo PSD/CDS ao arrepio da lei e apesar de reconhecer a sua necessidade, a qual, agravada pelo congelamento dos escalões e dos concursos, dos cortes salariais e da depreciação do pagamento do trabalho extraordinário, significa que os trabalhadores auferem cerca de metade das remunerações a que têm direito.

Em causa está ainda o combate ao desemprego e a não substituição dos profissionais aposentados, com o consequente aumento das cargas horárias e ritmos de trabalho, em prejuízo de utentes e profissionais; o desrespeito pelas escalas de trabalho e as constantes violações do direito aos descansos semanais e compensatórios, bem como dos limites do trabalho extraordinário, notou o STSS.

Recorde-se que a 31 de Outubro e 3 de Novembro de 2014, os técnicos de diagnóstico e terapêutica cumpriram duas jornadas de greve históricas pelas mesmas razões. Contudo o Governo respondeu com o silêncio, lembra o STSS em comunicado datado de Janeiro deste ano, no qual recorda que, posteriormente, foram solicitadas reuniões com todos os partidos com assento parlamentar, tendo o PSD e o CDS sido os únicos a recusarem.

Tal traduz a postura do Governo e da maioria que o suporta considera o STSS, que no dia 27 de Novembro promoveu, ainda, uma concentração de activistas e dirigentes sindicais frente ao Ministério da Saúde.

Esgotadas as iniciativas para que o Governo voltasse à mesa das negociações e cumprisse o prometido ao técnicos de diagnóstico e terapêutica, estes decidiram cumprir mais dois dias de greve. E em face da insistência da ofensiva do Executivo Passos/Portas, ponderam mesmo convocar uma paralisação por tempo indeterminado caso não sejam satisfeitas as suas reivindicações, como foi aprovado durante a concentração ocorrida dia 12 frente ao edifício do Ministério tutelado por Paulo Macedo.

 



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